sexta-feira, 17 de junho de 2011

Início das gravações do novo cd!!

              Juventude santa!!! Com muita alegria, muita empolgação e, claro, muita concentração informamos que neste sábado iniciaremos as gravações do nosso novo cd: POVO BRASILEIRO. Essas gravações serão realizadas por partes e amanhã nosso baterista Daniel Lima iniciará os trabalhos, juntamente com nosso técnico de gravação Alisson Jasiel e nosso produtor musical Gregore Júnior. O guitarrista Lucas Rolim e o percussionista Leonardo Falcão estarão lá durante o dia inteiro auxiliando e registranto esse momento importante na vida do nosso ministério. Pedimos aos nossos amigos, mesmo de casa, do trabalho, enfim, de onde estiverem, que possam todos entrar em clima de oração pedindo a Deus que nos abençoe e ao Espírito Santo que nos ilumine. Sem esquecermos de pedir a nossa Mãezinha, que ela possa interceder junto ao Pai, para que tudo ocorra de acordo com a Sua vontade. Que tal todos nós rezarmos juntos, pontualmente às 10:00 horas um Pai Nosso, uma Ave Maria e quem souber também a oração de São Bento!? Assim teremos certeza que aquele estúdio será a partir de agora um templo para glória do Senhor!

              Nós te louvamos, Senhor, pelo dom que nos deste! Por fazer de nós rede e arpão para a evangelização, para levar almas santas desse POVO BRASILEIRO a Ti!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais que lembranças

          Por Tiago Rolim, Neto da Vovó Edith

          Nestes últimos dias, a Banda Cânticos passou por mais uma grande MUDANÇA. Vovó Edith, citada por nós em muitos dos últimos textos como fonte de inspiração para nosso novo trabalho, faleceu.
          Sempre existiu um comportamento que me irrita profundamente que é o de “endeusar” pessoas ou entes quando nos deixam. Muitos se tornam pessoas irreconhecíveis na descrição dos familiares e, às vezes, me levo a pensar: será que esta pessoa que se foi era a mesma pessoa que conheci? Por isso, venho aqui hoje não para engrandecer vovó, mas para “simplificá-la”, pois essa foi a essência de sua vida: SIMPLICIDADE.
    Em meio a um mundo que cada vez mais exalta a “superioridade” e a “grandeza”, onde incompetência quase virou sinônimo de humildade, busco nos atos humildes de minha querida Edithinha a chave para uma vida plena de Deus. Diante deste momento difícil e de dor, poderia estar buscando em grande cerimônias religiosas ou showmissas encontrar a “solução” para meus “problemas”, mas tenho certeza que não é isso que minha vozinha gostaria.
             Vovó sempre acordava todos os dias no “mesmo” horário, tomava seu “mesmo” café da manhã e se sentava calmamente em seu “mesmo” sofá, para rezar suas “mesmas” orações diárias. Jovem e cheio de energia, muitas vezes me irritava com sua “mesmice”, mas hoje agradeço a ela a receita que me deu: encontrar Deus nas pequenas coisas. Logo, não posso deixar de “viver a minha vida” levando sempre que posso em meus atos a lembrança do Senhor.
             São em momentos como esse de aparente sofrimento que percebemos a grandeza de Deus nos acolhendo com sua “simplicidade”, diante de algo que pode parecer insuportável para os outros. A fortaleza e exemplo de minha “Ditinha” me ensina a entender os desígnios e planos do Senhor em minha vida. As pessoas passam por mim e às vezes dizem: “Ele está forte demais, deve estar sofrendo calado...” Mas na verdade não compreende que no silêncio da minha alma consigo, com o exemplo maravilhoso de vovó, transformar qualquer má ideia em amor por aqueles que ficaram comigo e que também me ajudam a seguir.
              Não posso ser hipócrita e não assumir que em muitos momentos a dor chega a me machucar, mas nestes instantes me lembro de uma das músicas preferidas da minha vó e em encontro o consolo de Nossa Mãe: “Minha alma retorna a sua paz, como criança bem tranquila no regaço acolhedor de sua mãe.”

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Projeto Povo Brasileiro

              Por Marcello Martins, designer gráfico do Projeto Povo Brasileiro.

              Olá, pessoal. Eu sou, por assim dizer, um profundo conhecedor da história da Banda Cânticos. Acompanho a história da banda desde que eles ainda eram conhecidos como UPS – Unidos pelo Senhor. Engraçadas e boas lembranças do tempo que passou e é admirável ver como o tempo lhes fez bem.
              Essa é a maior característica que vejo na banda hoje. A evolução – tanto musical quanto pessoal – foi um caminho doloroso pelo qual todos os integrantes passaram em diversos aspectos de suas caminhadas. Vejam: muitas das bandas de nossos amigos ou ficaram pelo caminho ou ainda sofrem com os percalços que a vida apresenta. Ao passo que, me incluo nessa estatística triste, muitos apenas desistiram de tocar e servir ao Senhor com sua música, eles parecem se fortalecer a cada uma das vicissitudes que a caminhada lhes apresenta.
             É fato que cada passo da caminhada tem suas características e gosto de pensar que a cada momento estamos sendo colocados à prova de ferro e fogo pela nossa fé. Todo cristão que algum dia se aventurou a viver por seus ideais sabe do que estou falando. Por isso ouso dizer que foi assim quando mudaram de nome,  quando decidiram ter um naipe de metais, quando decidiram dar suas caras e credibilidade a tapa gravando o primeiro CD – trabalho do qual fiz parte como amigo e designer da capa do disco, foi assim quando resolveram fazer o som que é cara do Brasil. A cara do povo brasileiro.
             Fazer um disco de música brasileira. Fazer um disco CATÓLICO de música brasileira. Essa é uma proposta ousada - eu acredito que mais ousado do que fazer o velho e bom clichê da nossa música, por vezes tão preguiçosa e sem vazia de conteúdo. Esse disco é uma resposta ao tempo em que valorizamos o exterior e esquecemos de nossas raízes. É uma boa e feliz aposta em nossa música, suas tradições, cores e sabores. É uma ótima oportunidade de olhar com carinho e respeito a nossa rica história musical e colocar tudo isso a serviço do evangelho e do reino de Deus.
             Como amigo, observador e irmão, tenho certeza de que esse é apenas mais um dos passos que a Banda Cânticos está dando em direção a uma evangelização cada vez mais adulta e em sintonia com o tempo em que vivemos. Fico feliz por, mais uma vez, poder ajudar com minha parte e mais ainda por saber que é só o começo...
              Deus abençoe esse projeto!
              Paz e bem!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Banda Cânticos, seus músicos e sua história.

            Por Maria Laíre Rolim, mãe biológica dos músicos Tiago e Lucas Rolim e mãe adotiva da Banda Cânticos.


      
“Celebrai o Senhor com a cítara, entoai-lhe hinos na harpa de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo, acompanhado de instrumentos de música, porque a palavra do Senhor é reta, em todas as suas obras resplandece a fidelidade”. (Salmo 32, 2-4)

 Quando se ouve a Banda, tocando na missa ou em shows, a maioria não tem a chance de conhecê-la. Como surgiu, a vida de cada um, como foi a preparação e a caminhada nestes anos. Agradeço a Deus por acompanhá-la há muito tempo e ter testemunhado sua transformação.
            As músicas de hoje e do novo CD contam a história de vida e de fé dos músicos, a influência de seus familiares e amigos que se tornaram parte desta comunidade. Sim, ela é uma comunidade com história e mudanças. Mais que membros de uma banda católica, são amigos e família uns dos outros. O cuidado e o carinho entre eles pode-se observar até no entendimento quando estão tocando. Um olhar, uma cara ruim, uma virada para mostrar ao outro as notas musicais, no silêncio sem uma palavra conseguem o que só muitos anos de história, inúmeros ensaios e a amizade produz. Não são perfeitos nem santos e muitas reuniões deles não rendem nada, mas suas diferenças e imperfeições os fazem perseverantes.
            Começou na Paróquia Perpétuo Socorro e também em minha casa, onde sempre ensaiaram. Pude ver neste período transformarem-se de quase adolescentes e alguns meninos em homens e uma mulher, que namoraram , noivaram, casaram e alguns já tiveram filhos. Lembro-me dos 15 anos do Léo, hoje casado, transformado de aprendiz em músico. Uma marca deste início foi o arranjo de Emanuel, uma de minhas preferidas até hoje e quase esquecida por eles.
O crescimento musical aconteceu através de muito estudo e ensaio. Todos trabalham muito em suas profissões, mas isto não os impede de uma dedicação enorme para fazer de seu cântico uma evangelização. Vários músicos entraram e saíram e deixaram sua marca. Cada um que já participou da banda faz parte da vida e religiosidade dos que ficaram. A música que fazem é resultado de um desejo de mostrar Deus, Nossa Senhora e os santos como nas festas interioranas, regionais e do cancioneiro popular. Quem de nós através da música deles não se recorda do Brasil verdadeiro?  Música católica com raiz brasileira. Com seus arranjos tornam mais “animadas” e com ritmos nacionais, músicas que não são deles, principalmente nas Missas.
Tudo isto foi possível através de muita oração, persistência e vontade de louvar a Deus do jeito brasileiro. Tiveram muitas decepções, escutaram grosserias e muitos dando palpites e querendo ensiná-los como a música católica deveria ter um modelo que não se identificava com eles. Cada queda, decepção e, muitas vezes, discussões levava-os com muita oração a levantarem-se. A intercessão de suas esposas, namoradas, maridos e familiares sempre é constante a cada dia, além da oração em conjunto quinzenalmente. A invocação constante do Espírito Santo os fez mais fortes. Há também o lado brincalhão de cada um e em suas comemorações: feijoadas, aniversários, reuniões informais, eles têm o grande poder de contar as mesmas histórias.  O mais interessante? Todos riem como se fosse a primeira vez.
Nunca quiseram ser ídolos e ganharem muito dinheiro, o objetivo deles sempre foi levar o nome de Deus a todos. Uma catequese diferente. Enquanto muitos cantam: “Eu quero mais é beijar na boca”, com muito ritmo a banda catequiza: “Dona da casa, me dá licença, me dá licença para eu rezar...” Mostrando que música católica pode ser animada sem perder sua função. Não querem vender CD ou música online, apenas evangelizar. Por isso necessitam de apoio financeiro, pois só recebem quando tocam em casamentos, quase todo final de semana, dinheiro que usam para melhorar o “som” da banda e juntar para o CD.
Tantas vezes escutei deles: “Música para Deus tem que ser boa e devemos melhorar sempre. Nunca “tocar por tocar”, mas com amor e fervor, com alma e o coração.
 A grande preocupação da Banda Cânticos é agradar a Deus e junto com o povo participar da grande festa que é viver para Deus e agradecê-lo. Como o Rei Davi, também não agradam a todos:
“Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido com um efod de linho. O rei e todos os israelitas conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta. Ao entrar a arca do Senhor na cidade de Davi, Micol, filha de Saul, olhando pela janela, viu o rei Davi saltando e dançando diante do Senhor, e desprezou-o em seu coração.” (II Samuel 6, 14-16)



terça-feira, 1 de março de 2011

Projeto Povo Brasileiro entrevista: Daniel Lima, baterista.

            Desde muito jovem, Daniel Lima da Cunha alimenta sua paixão pelo instrumento que toca na Banda Cânticos: a bateria. Antes de fazer parte do grupo, o músico tocou em outras bandas católicas e também em bandas do meio secular.

            O baterista tem influência em casa. Daniel tem um irmão que também é músico (toca contrabaixo em uma banda católica da mesma paróquia) e a namorada, Janara Ferraz, que o acompanha em todos os lugares, há seis anos.
             Aos 23 anos e há cinco na Cânticos, Daniel faz parte do ministério que hoje se prepara para dar mais um passo na evangelização: lançar o segundo álbum, com o título de Povo Brasileiro.

Como surgiu a oportunidade de entrar para a banda Cânticos?
Comecei substituindo o antigo baterista em algumas missas, mudando algumas levadas e dando uma pegada nova na banda. Daí surgiu um dos complementos que formam o estilo musical da banda.

O que aprendeu estando na banda, musical e espiritualmente?
Aprendi musicalmente a dividir ideias, como arranjos e outras levadas na bateria, e me aproximei mais da igreja.

Como é sua rotina de ensaios e gravação com a banda Cânticos?
Vou aos ensaios e tento compor algo novo, bem diferente de outras levadas da bateria. Escuto todas as musicas gravadas da pré-produção e vou aprimorando alguns arranjos.

Qual o momento mais marcante nessa caminhada?
O show de lançamento do primeiro CD: Mudança e o Hallel, quando tocamos no palco principal.

Qual a sensação de estar em estúdio, tornando real o desejo de gravar um cd para evangelização?
 É sempre um grande desafio, pois tenho que deixar todas as baterias no bit. Muitas pessoas vão escutar e serem tocadas por músicas que eu tive participação. Tento sempre fazer o melhor por Deus.

Como você contribui para a espiritualidade da banda e para a evangelização daqueles que escutam as músicas da Cânticos?
Oração sempre, porque somos uma família pedindo sempre para que a nossa obra seja capaz de tocar as pessoas, de fazer com as que ainda não conhecem possam, por meio da nossa música, conhecer a Deus.

Tem alguma música preferida nesses dois CDs? Qual ou quais? Alguma te marcou em especial?
A música “Caminhada”, porque fala de como é difícil carregar a nossa cruz, mas que em Cristo encontramos a resposta. Parece com a nossa missão, pois nós aceitamos o chamado. Mas, todas as músicas são especiais!

 Qual a mensagem que você deixa para aqueles que curtem o som da banda?
Nós fazemos um trabalho diferente, com muita dedicação. Esse nosso segundo CD será 100% a cara da Banda Cânticos, e esperamos que as pessoas sejam tocadas com o riff da guitarra, a levada da batera ou do baixo. Esse trabalho tem muita influência brasileira, vai ser a cara do nosso povo.Aguardem, pois estamos dando o nosso melhor para esse CD!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Produção Musical

              Por Mikael Veras, Baixista.

              Quando compramos um CD ou um DVD, não sabemos a metade dos processos que envolvem este ou aquele trabalho. Algumas etapas devem ser estabelecidas e muito bem realizadas para que se obtenha um trabalho de qualidade. Da escolha do repertório ao estúdio de masterização e posteriormente a prensagem desse material, há um caminho longo e que deve ser cautelosamente observado.
   
             Um Cd é como um filho e como um filho ele é “gerado” e cuidado com muito carinho e atenção. Com o advento dos home studios a produção de CDs tem crescido, o que não quer dizer que a qualidade sonora e profissional nas produções superem as grandes empresas fonográficas. Hoje em dia, qualquer pessoa com um computador mediano e uma placa de áudio consegue gravar um CD a baixo custo; porém, o que definirá a qualidade musical e sonora é a qualidade dos equipamentos periféricos, como os pré-amplificadores e microfones.
  
           Durante a produção do novo projeto da Banda Cânticos, tivemos o cuidado em escolher bem o repertório, mas, sobretudo, em fazer uma pré-produção do trabalho, que consiste em estabelecer um “esqueleto” de arranjos para as composições, uma primeira proposta. Logo após entregamos o material gravado em multipistas em um software de gravação para o produtor, com andamentos e tonalidades estabelecidos. Munido desse material o produtor musical faz a composição dos arranjos, aproveitando todo material gravado e apresenta uma nova proposta para os arranjos entregues.
   
            Após a fase de composição e produção vem a escolha do estúdio, o que é algo a ser feito com muito cuidado, pois ali nasce na prática o CD. Não se escolhe um estúdio somente pelo preço de sua hora de gravação, mas por um conjunto de elementos que resultarão no sucesso ou frustração. Veja os equipamentos, os benefícios, a sala, o sistema de gravação. É necessário procurar alguém que entenda um pouco do assunto para assim ponderar qual estúdio atenderá suas expectativas e, somente assim, fazer o cálculo do “caro x barato”, “custo x benefício”.
  
            Após gravar de forma correta, inicia-se a mixagem e masterização, que consiste em equalizar e editar aquilo que foi gravado. É o processo que dará “corpo” às músicas. E por último a prensagem, que é a reprodução em cópias comerciais, para serem distribuídas nas livrarias.
   
              Enfim, é uma rotina árdua, mas prazerosa, pois como disse anteriormente é um filho que nasce e, como todo pai, queremos o melhor para os nossos filhos. Esperamos que todos gostem dessa nova proposta de evangelização e que Nossa Senhora nos abençoe nessa caminhada!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Numa tarde dessas...

Por Jalila Arabi, jornalista e esposa do percussionista Leonardo Falcão.

Se me permitem, falarei um pouco da banda Cânticos. Ainda não defini em qual papel me encaixarei nesse momento – se amiga, esposa, jornalista ou se uma apreciadora do trabalho dessas pessoas. Ok, vou tentar usar um pouco de cada...
Numa tarde dessas, alguns membros da banda se reuniram em minha casa, para que pudéssemos falar sobre as expectativas do novo CD, sob o título ainda provisório de “Povo Brasileiro”. Durante a conversa, foi interessante observar quão diferentes podem ser pessoas que passam tanto tempo juntas. E essa mistura é ótima!
Exercendo o papel de jornalista, a banda vem de um trabalho lançado em 2006, o CD Mudança, seu primeiro trabalho. No álbum, a Cânticos traz uma pegada mais funk soul, mais “metaleira” mesmo. Contando a história de santos, os jovens queriam lançar também uma identidade própria, um jeito diferente e meio “moleque” de fazer música católica. Deu certo. Com os macacões vermelhos, essa galera definiu um estilo próprio de evangelizar. Algumas pessoas marcaram mais intensamente essa fase, com o estilo diferente, o cabelo estiloso, os metais deixando a música com uma cara diferente.
Durante a conversa, perguntei a eles o que diferenciava o primeiro do segundo trabalho. Sem hesitar, todos responderam: maturidade. É verdade. De 2006 para cá, muitas coisas aconteceram. Algumas pessoas deixaram a banda, outros ritmos e canções influenciaram a musicalidade, quase todos se casaram e constituíram suas famílias... Adquiriram maturidade musical, pessoal e espiritual, o que acabou influenciando no novo estilo do segundo CD. Se no primeiro álbum a história dos santos era contemplada com mais intensidade, hoje, os meninos (e a menina, né, Marina?) contemplam a história do povo brasileiro, a sua religiosidade, a crença popular, a fé simples e pura.
E se antes havia algum tipo de preconceito musical entre os membros da banda Cânticos, definitivamente não há mais. Ainda há uma pegada de funk soul nesse novo projeto, mas tantos outros ritmos foram lembrados nas novas canções. Samba (também presente no primeiro CD), bossa nova, guarânia, jazz, ritmos nordestinos... Uma mistura boa! A intenção é fazer com que as músicas atinjam desde a criancinha que está aprendendo a andar (e rezar) ao senhor e senhora que relembrarão as canções de sua infância, na mais tradicional fé popular.
Seja em qual estilo musical a banda Cânticos toque e cante, a intenção é evangelizar, sempre de uma forma inovadora – a começar pelo estilo de rezar. É comum pensar que só se reza com um terço na mão ou naquela novena. Mas numa simples conversa de tarde com os amigos, no desejo de fazer algo novo e simples é possível rezar, sim. Como amiga, esposa e apreciadora do trabalho dessa rapaziada, digo que rezei numa tarde dessas, com pessoas que não medem esforços em levar esse povo brasileiro para o céu.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Brasil: Coração do Mundo!

Por Rodrigo Soalheiro, produtor vocal do projeto Povo Brasileiro.



O Brasil é uma terra de encontros, ponto de interseção de muitas gentes.  O Brasil, como diz uma canção popular, “não conhece o Brasil”.
Assim se dá com o povo que nasce por estas plagas, se torna um povo de encontros e desencontros, um povo aberto ao outro que chega, uma gente que acolhe, absorve e recicla a cultura. A cruz que se cravou no coração deste povo ganha não só o sotaque português, mas se une ao jeito observador do índio, a pulsação visceral do coração negro, a milonga espanhola, os arroubos românticos  italianos. O Brasil sempre foi global (no bom sentido, é claro!). Sendo como é, nasceu com a vocação mais profunda para o que seja ser católico (universal).
O canto que surge vindo de além-mar se une num laço tão apertado que a musica explode de forma original como um coro formado por todos os povos. O povo é Brasileiro, mas, o coração é o mundo todo.
O Brasil é o coração do mundo, isso sem ufanismos ou demagogia. Nós somos o país que acolhemos não só coração, mas aquilo que veio dentro deste. Bons ou não tão bons, todos aprendemos a bater em consonância. Soubemos mesmo cobertos da fuligem de um passado de marcas profundas e de dívida para com tantos, ter se deixado embalar sob a canção dos povos.
Uma procissão no Brasil tem a potência de uma diasporal. É o mundo que anda atrás da Cruz, que segue os sinais dos santos, que chora suas penas e recomeça seu caminho. As vozes que soam pelas ruas são as vozes dos séculos de luta, histórias regadas a sangue e santidade dos mártires brasileiro. Isto me faz ver que sair em procissão pelo Brasil é ir ao encontro de minha estória pessoal, é cantar minha vida à sombra da Cruz do Cristo que guardou este povo como marca do Pai que acolhe os pródigos mundiais.
Nossa musica é a resultante de uma equação complexa e vista por muitos como improvável. Aquilo que em outros lugares resultaria em conflitos graves, por aqui serviu de inspiração para o belo e sagrado.
O Brasil é a terra do pandeiro, da viola, da animação, é verdade. Mas é uma Terra de identidade única e contundente, de religiosidade profunda e original. Um povo que quer Deus (“Queremos Deus”), quer a Mãe de Deus, quer novenas e terços nas casas. Quer conversar nos portões, ser família, ser moderno e ter nos pés o barro vermelho da terra do cerrado, a lama negra dos mangues , o cheiro dos fogões e panelas, a maresia e a brisa doce das florestas.
Cremos que Deus é brasileiro, porque o Brasil é o mundo todo!!    

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Blog Banda Cânticos, nossa rede, nosso arpão!

     Por Leonardo Falcão, Percussionista

            Em meio a tanto caos que a internet traz nos dias atuais, que vai da pedofilia ao contrabando, e tudo relacionado ao crime e à violência, enfim,  é capaz de se fazer um instrumento de apologia ao mal. Na verdade, os meios de comunicação em geral são capazes mesmo de dar uma reviravolta no mundo, derrubar presidentes, fazer de um palhaço o deputado mais votado do país, eleger pessoas comuns a celebridades sem precisar de qualquer talento surpreendente... Tem gente que radicalmente evita, que tenta fugir, faz disso uma proibição. Chega a ser surreal quantas vezes eu já vi e ouvi discursos,  pregações e mobilizações de entidades contra a internet  para que seja banida ou para que seja monitorada de forma assídua, mais ou menos como câmeras em nossas casas.
            Lembram-se do caso nos Estados Unidos, do diretor da escola que disponibilizava laptop para os alunos, e os monitorava 24 horas pela webcam? Porém, nós devemos lembrar que o mal está em nós, nas nossas atitudes. É como certa vez que um assassino, em investigação, confessou ao delegado: “Quem matou não fui eu, o que matou foram as balas, eu apenas atirei, prenda a arma!” A culpa não é da internet, a culpa é de quem lança e também é nossa que a promovemos. Já ouvi o Pe. Fábio de Melo dizer que um mentiroso produzindo notícia é tão perigoso quanto o traficante vendendo droga: envenena! 
            Como em todo lugar, estamos nós, Cristãos, para fazer dessa batalha um meio de evangelização e esse é o nosso papel, nos inserir onde está o mal e combatê-lo com o bem. É isso que Deus quer de nós, creio eu. Se pararmos pra pensar o quanto é maravilhoso o material de mídia que temos disponível, culturas em geral, redes sociais, podemos reivindicar nossas insatisfações por um produto danificado e até mesmo com o governo. Podemos rezar, ler a palavra de Deus... São infinitas ferramentas que podem mudar nosso dia-a-dia de uma forma muito positiva!
            Pensando nesse crescimento e em preparação de mais um ano de muito trabalho que há por vir, a Banda Cânticos lança um blog que trará informações em formato de vídeos, fotos, textos e áudios, quase que diariamente, sobre a produção do novo cd. O legal disso tudo é que vocês vão poder conhecer a Banda Cânticos que ainda não viram... Momentos importantíssimos, onde os músicos estarão em estúdio, nas gravações, ensaios, arranjos e eventos, mas também mostraremos nossos momentos tranquilos e de descontração.
           O que queremos de verdade é fazer com que você, que gosta e aceita nossa proposta musical, se sinta da família, se sinta em casa e participe dos principais momentos da nossa vida, como missionários da música católica e revolucionária de Brasília - e até mesmo do Brasil. Gostaríamos de lembrar que esse novo projeto, POVO BRASILEIRO, só alcançará a meta com a sua ajuda. Por isso, pedimos sua oração para que, a partir de agora e sempre, o Senhor possa nos abençoar e continuar fazendo de nós, mesmo indignos, instrumentos de evangelização, para que possamos levar almas santas ao céu!
            Agora é acessar, curtir e divulgar!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Caminhando com Maria

 Por Tiago Rolim, Violeiro e Saxofonista.

            A Banda Cânticos se lança, mais uma vez, em um novo território, buscando algo ao mesmo tempo essencialmente tradicional, mas inovador na sua forma e resgate.
            Há mais ou menos dois anos, fomos convidados para tocar em uma festa na região de Niquelândia, Goiás, na festa de Nossa Senhora do Muquém. Qual foi a nossa surpresa ao perceber que estávamos participando de uma festa que tinha quase 300 anos de tradição e que nós, que vínhamos de Brasília, praticamente nunca tínhamos ouvido falar dessa manifestação religiosa!
            Assim como Nossa Senhora se apresenta na região de Muquém para abençoar e auxiliar as pessoas daquele local, nós da Banda Cânticos percebemos a necessidade de guardar e em muitos casos resgatar a essência da religiosidade brasileira, destacando uma figura central que é Nossa Senhora! Sobre o título de Nossa Senhora Aparecida, Maria nos ajuda a caminhar e mostrar que a alma do brasileiro se integra perfeitamente à alma de Nossa Senhora. Assim como Maria não desistiu de sua missão e diante de problemas e dificuldades encontrou na contemplação e oração a fortaleza e o amor de Deus, o brasileiro tem na alma gravado o lacre desta resistência e luta de nunca desistir e sempre confiar que nossa Mãezinha há de providenciar por intermédio de Jesus.
            Querendo ou não, nosso novo CD também nos trouxe grandes desafios! Durante a caminhada dos últimos anos, alguns membros saíram e a Banda Cânticos em muitos aspectos teve que buscar novos “sons” e incluí-los em uma musicalidade já conhecida. Se o CD Mudança era um trabalho que “inaugurava” nossa proposta, o novo trabalho tem como ponto principal a MATURIDADE, tanto espiritual como musical. Mais uma vez, Nossa Senhora nos ensina que o tempo e a reflexão geram frutos doces e agradáveis aos olhos de Deus.
            Mas, sem me alongar demais! E completando o que foi dito tão bem pelo Lucas no post anterior, nosso novo trabalho tem muito da essência que vocês já conhecem, já presenciaram no  CD Mudança, porém, com um novo tempero, um cheirinho de café no bule sendo esquentado num fogão a lenha, às sete horas da manhã, em um ranchinho no interior do Brasil, enquanto se espera os foliões de reis chegarem para começar a festa em homenagem à Sagrada Família... Êta! Êta povo brasileiro, santo povo guerreiro, eis aí meu louvor...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Segundo CD?

Por Lucas Rolim, Guitarrista.

        Desde pequeno convivi com uma pessoa que me serviu de inspiração em vários aspectos desse dito “ser pessoa”, minha querida avó Edith.  Um desses ângulos, a espiritualidade, me fez e ainda me faz admirar a sua simplicidade. Olhando minha avó em seu cotidiano percebi que essa simplicidade de relacionamento com Deus necessita de um exercício diário. Na dinâmica mundial em que vivemos hoje a palavra perseverança é cada dia mais difícil de ser cumprida, essa pessoa que tem essa simplicidade/intimidade espiritual vem de uma outra época de um outro “mundo” onde o tempo não passava tão “rápido” como hoje. Essa percepção diferenciada de tempo, tenho certeza, não é exclusivo de minha avó e sim das pessoas de sua época. Ainda, na minha humilde opinião não acho que as pessoas hoje em dia estão mais atarefadas que antigamente, elas apenas estão sem paciência. Passam mais tempo correndo para realizar suas tarefas do que realmente realizando-as bem.
       Simplicidade não quer dizer superficialidade, pelo contrário. Hoje em dia, diante da correria mundial da instantênedade de: informações, resultados e até alimentação. As pessoas querem que a fé seja instantânea e se esquecem da perseverança espiritual, do cotidiano do exercício diário da fé. Essas pessoas querem ir a uma missa e saírem de lá curadas, convertidas e santas! Existem certas coisas nas quais não adianta ter pressa, minha querida avó sabe bem disso, bem como as pessoas de sua época. A semente que foi semeada na lavoura vai cumprir o seu tempo para germinar, crescer, florir e cumprir o seu ciclo.  Não posso conhecer e ter intimidade com uma pessoa com apenas uma conversa inicial de uma hora, é preciso uma conversa cotidiana, diária, exclusiva, com muita calma e cautela. E não é exceção nossa relação com Deus.
        Diante desse aspecto penso assim o segundo CD da Banda Cânticos, queremos resgatar essa fé simples cotidiana e nem um pouco instantânea. Visitando as expressões religiosas populares católicas brasileiras onde minha avó e as pessoas de sua época edificaram a sua fé, por onde essa fé ainda é praticada dessa maneira. Queremos visitar as novenas do interior, os terços rezados cotidianamente nas casas, Folias de Reis do Divino, as missas e as festas de: São Francisco do Canindé no Ceará, Nossa Senhora da Abadia em Minas Gerais, Nossa Senhora Aparecida em São Paulo e tantas outras puras expressões de fé católica que já fazem parte da cultura brasileira.
       O teor musical do segundo CD é regional.  As letras e os arranjos seguem essa tendência e ainda tentam transferir para a nossa realidade urbana esses valores esquecidos. Temos: samba rock, samba de roda, musica caipira, vanerão, baião e vários outros. Tudo isso com uma pitada do estilo do nosso primeiro CD com: jazz, funk e soul.
        Mas do que uma aposta, é uma proposta de evangelização. É um resgate de uma fé mais tradicional, profunda e íntima de um jeito que hoje em dia pode se dizer diferente, mas que sempre esteve presente na cultura católica brasileira e mundial.