quinta-feira, 10 de março de 2011

O Projeto Povo Brasileiro

              Por Marcello Martins, designer gráfico do Projeto Povo Brasileiro.

              Olá, pessoal. Eu sou, por assim dizer, um profundo conhecedor da história da Banda Cânticos. Acompanho a história da banda desde que eles ainda eram conhecidos como UPS – Unidos pelo Senhor. Engraçadas e boas lembranças do tempo que passou e é admirável ver como o tempo lhes fez bem.
              Essa é a maior característica que vejo na banda hoje. A evolução – tanto musical quanto pessoal – foi um caminho doloroso pelo qual todos os integrantes passaram em diversos aspectos de suas caminhadas. Vejam: muitas das bandas de nossos amigos ou ficaram pelo caminho ou ainda sofrem com os percalços que a vida apresenta. Ao passo que, me incluo nessa estatística triste, muitos apenas desistiram de tocar e servir ao Senhor com sua música, eles parecem se fortalecer a cada uma das vicissitudes que a caminhada lhes apresenta.
             É fato que cada passo da caminhada tem suas características e gosto de pensar que a cada momento estamos sendo colocados à prova de ferro e fogo pela nossa fé. Todo cristão que algum dia se aventurou a viver por seus ideais sabe do que estou falando. Por isso ouso dizer que foi assim quando mudaram de nome,  quando decidiram ter um naipe de metais, quando decidiram dar suas caras e credibilidade a tapa gravando o primeiro CD – trabalho do qual fiz parte como amigo e designer da capa do disco, foi assim quando resolveram fazer o som que é cara do Brasil. A cara do povo brasileiro.
             Fazer um disco de música brasileira. Fazer um disco CATÓLICO de música brasileira. Essa é uma proposta ousada - eu acredito que mais ousado do que fazer o velho e bom clichê da nossa música, por vezes tão preguiçosa e sem vazia de conteúdo. Esse disco é uma resposta ao tempo em que valorizamos o exterior e esquecemos de nossas raízes. É uma boa e feliz aposta em nossa música, suas tradições, cores e sabores. É uma ótima oportunidade de olhar com carinho e respeito a nossa rica história musical e colocar tudo isso a serviço do evangelho e do reino de Deus.
             Como amigo, observador e irmão, tenho certeza de que esse é apenas mais um dos passos que a Banda Cânticos está dando em direção a uma evangelização cada vez mais adulta e em sintonia com o tempo em que vivemos. Fico feliz por, mais uma vez, poder ajudar com minha parte e mais ainda por saber que é só o começo...
              Deus abençoe esse projeto!
              Paz e bem!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Banda Cânticos, seus músicos e sua história.

            Por Maria Laíre Rolim, mãe biológica dos músicos Tiago e Lucas Rolim e mãe adotiva da Banda Cânticos.


      
“Celebrai o Senhor com a cítara, entoai-lhe hinos na harpa de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo, acompanhado de instrumentos de música, porque a palavra do Senhor é reta, em todas as suas obras resplandece a fidelidade”. (Salmo 32, 2-4)

 Quando se ouve a Banda, tocando na missa ou em shows, a maioria não tem a chance de conhecê-la. Como surgiu, a vida de cada um, como foi a preparação e a caminhada nestes anos. Agradeço a Deus por acompanhá-la há muito tempo e ter testemunhado sua transformação.
            As músicas de hoje e do novo CD contam a história de vida e de fé dos músicos, a influência de seus familiares e amigos que se tornaram parte desta comunidade. Sim, ela é uma comunidade com história e mudanças. Mais que membros de uma banda católica, são amigos e família uns dos outros. O cuidado e o carinho entre eles pode-se observar até no entendimento quando estão tocando. Um olhar, uma cara ruim, uma virada para mostrar ao outro as notas musicais, no silêncio sem uma palavra conseguem o que só muitos anos de história, inúmeros ensaios e a amizade produz. Não são perfeitos nem santos e muitas reuniões deles não rendem nada, mas suas diferenças e imperfeições os fazem perseverantes.
            Começou na Paróquia Perpétuo Socorro e também em minha casa, onde sempre ensaiaram. Pude ver neste período transformarem-se de quase adolescentes e alguns meninos em homens e uma mulher, que namoraram , noivaram, casaram e alguns já tiveram filhos. Lembro-me dos 15 anos do Léo, hoje casado, transformado de aprendiz em músico. Uma marca deste início foi o arranjo de Emanuel, uma de minhas preferidas até hoje e quase esquecida por eles.
O crescimento musical aconteceu através de muito estudo e ensaio. Todos trabalham muito em suas profissões, mas isto não os impede de uma dedicação enorme para fazer de seu cântico uma evangelização. Vários músicos entraram e saíram e deixaram sua marca. Cada um que já participou da banda faz parte da vida e religiosidade dos que ficaram. A música que fazem é resultado de um desejo de mostrar Deus, Nossa Senhora e os santos como nas festas interioranas, regionais e do cancioneiro popular. Quem de nós através da música deles não se recorda do Brasil verdadeiro?  Música católica com raiz brasileira. Com seus arranjos tornam mais “animadas” e com ritmos nacionais, músicas que não são deles, principalmente nas Missas.
Tudo isto foi possível através de muita oração, persistência e vontade de louvar a Deus do jeito brasileiro. Tiveram muitas decepções, escutaram grosserias e muitos dando palpites e querendo ensiná-los como a música católica deveria ter um modelo que não se identificava com eles. Cada queda, decepção e, muitas vezes, discussões levava-os com muita oração a levantarem-se. A intercessão de suas esposas, namoradas, maridos e familiares sempre é constante a cada dia, além da oração em conjunto quinzenalmente. A invocação constante do Espírito Santo os fez mais fortes. Há também o lado brincalhão de cada um e em suas comemorações: feijoadas, aniversários, reuniões informais, eles têm o grande poder de contar as mesmas histórias.  O mais interessante? Todos riem como se fosse a primeira vez.
Nunca quiseram ser ídolos e ganharem muito dinheiro, o objetivo deles sempre foi levar o nome de Deus a todos. Uma catequese diferente. Enquanto muitos cantam: “Eu quero mais é beijar na boca”, com muito ritmo a banda catequiza: “Dona da casa, me dá licença, me dá licença para eu rezar...” Mostrando que música católica pode ser animada sem perder sua função. Não querem vender CD ou música online, apenas evangelizar. Por isso necessitam de apoio financeiro, pois só recebem quando tocam em casamentos, quase todo final de semana, dinheiro que usam para melhorar o “som” da banda e juntar para o CD.
Tantas vezes escutei deles: “Música para Deus tem que ser boa e devemos melhorar sempre. Nunca “tocar por tocar”, mas com amor e fervor, com alma e o coração.
 A grande preocupação da Banda Cânticos é agradar a Deus e junto com o povo participar da grande festa que é viver para Deus e agradecê-lo. Como o Rei Davi, também não agradam a todos:
“Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido com um efod de linho. O rei e todos os israelitas conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta. Ao entrar a arca do Senhor na cidade de Davi, Micol, filha de Saul, olhando pela janela, viu o rei Davi saltando e dançando diante do Senhor, e desprezou-o em seu coração.” (II Samuel 6, 14-16)



terça-feira, 1 de março de 2011

Projeto Povo Brasileiro entrevista: Daniel Lima, baterista.

            Desde muito jovem, Daniel Lima da Cunha alimenta sua paixão pelo instrumento que toca na Banda Cânticos: a bateria. Antes de fazer parte do grupo, o músico tocou em outras bandas católicas e também em bandas do meio secular.

            O baterista tem influência em casa. Daniel tem um irmão que também é músico (toca contrabaixo em uma banda católica da mesma paróquia) e a namorada, Janara Ferraz, que o acompanha em todos os lugares, há seis anos.
             Aos 23 anos e há cinco na Cânticos, Daniel faz parte do ministério que hoje se prepara para dar mais um passo na evangelização: lançar o segundo álbum, com o título de Povo Brasileiro.

Como surgiu a oportunidade de entrar para a banda Cânticos?
Comecei substituindo o antigo baterista em algumas missas, mudando algumas levadas e dando uma pegada nova na banda. Daí surgiu um dos complementos que formam o estilo musical da banda.

O que aprendeu estando na banda, musical e espiritualmente?
Aprendi musicalmente a dividir ideias, como arranjos e outras levadas na bateria, e me aproximei mais da igreja.

Como é sua rotina de ensaios e gravação com a banda Cânticos?
Vou aos ensaios e tento compor algo novo, bem diferente de outras levadas da bateria. Escuto todas as musicas gravadas da pré-produção e vou aprimorando alguns arranjos.

Qual o momento mais marcante nessa caminhada?
O show de lançamento do primeiro CD: Mudança e o Hallel, quando tocamos no palco principal.

Qual a sensação de estar em estúdio, tornando real o desejo de gravar um cd para evangelização?
 É sempre um grande desafio, pois tenho que deixar todas as baterias no bit. Muitas pessoas vão escutar e serem tocadas por músicas que eu tive participação. Tento sempre fazer o melhor por Deus.

Como você contribui para a espiritualidade da banda e para a evangelização daqueles que escutam as músicas da Cânticos?
Oração sempre, porque somos uma família pedindo sempre para que a nossa obra seja capaz de tocar as pessoas, de fazer com as que ainda não conhecem possam, por meio da nossa música, conhecer a Deus.

Tem alguma música preferida nesses dois CDs? Qual ou quais? Alguma te marcou em especial?
A música “Caminhada”, porque fala de como é difícil carregar a nossa cruz, mas que em Cristo encontramos a resposta. Parece com a nossa missão, pois nós aceitamos o chamado. Mas, todas as músicas são especiais!

 Qual a mensagem que você deixa para aqueles que curtem o som da banda?
Nós fazemos um trabalho diferente, com muita dedicação. Esse nosso segundo CD será 100% a cara da Banda Cânticos, e esperamos que as pessoas sejam tocadas com o riff da guitarra, a levada da batera ou do baixo. Esse trabalho tem muita influência brasileira, vai ser a cara do nosso povo.Aguardem, pois estamos dando o nosso melhor para esse CD!